Meu nome é Felipe, ashogun do Ilê Igi Tun Tun, e a Bara Moda Afro nasceu da força da ancestralidade e da necessidade de reafirmar nosso orgulho enquanto povo de axé.
A história da marca começou durante a Copa do Mundo de 2022. Naquele período, o Brasil vivia uma disputa política intensa — e um dos lados acabou transformando a camiseta da seleção em símbolo exclusivo de seu discurso.
Foi então que tive uma ideia: resgatar esse símbolo para o povo como um todo, criando uma versão que representasse nossa fé, nossa cultura e nossa identidade. A primeira peça foi uma réplica da camisa do Brasil, mas com Exu no lugar do escudo da CBF, e tridentes substituindo as estrelas. Assim nasceu um movimento — e não apenas uma camiseta.
Escolhi trabalhar com esse tipo de produto porque acredito que vestir nossa fé é uma forma de resistência.
Cada peça da Bara Moda Afro é uma resposta ao apagamento cultural que tentam impor aos cultos de matriz africana. Quanto mais pessoas usarem nossas camisetas, mais nossos orixás serão reconhecidos, respeitados e celebrados.
Embora a marca seja recente, eu trabalho com camisetas, serigrafia e estamparia há mais de 15 anos. Tenho experiência não só na produção, mas também na criação e no marketing — o que me permite transformar cada coleção em uma expressão verdadeira da nossa cultura.
Por trás da Bara Moda Afro existe um time pequeno, mas guiado pelo axé:
Eu, responsável pela criação, direção de arte e marketing da marca, e minha mãe, que dá vida às peças com sua costura e produção cuidadosa.
Somos uma marca familiar, raiz, feita por pessoas de terreiro para pessoas de terreiro — e para todos que respeitam e valorizam a ancestralidade.
Bara Moda Afro não é apenas roupa.
É identidade, é respeito, é cultura, é reparação.
É vestir quem somos.